Falasha é um termo pejorativo utilizado pelos etíopes não-judeus e significa "exilados" ou "estranhos" em amárico.
A maior parte dos judeus etíopes foram convertidos ao Cristianismo, ainda que muitos tenham retornado ao Judaísmo e estes são chamados Falash Mura. Hoje estima-se seu número em 105.000 pessoas. Estima-se que sua população atual na Etiópia seja de 15000 pessoas.
Graças à Lei do retorno (1950), cerca de 90000 judeus etíopes (80% da população) migraram para Israel em 1984 e 1991.
Foram reconhecidos como descendentes das tribos perdidas de Israel em 1975, depois da investigação realizada pelo Grande Rabino sefardí Ovadia Yosef. Nesse momento Israel os reconheceu como judeus autênticos, decidindo que teriam apenas que passar por uma pequena conversão para serem aceitos como judeus em Israel.
Com o reconhecimento, os Beta Israel conseguiram permissão para poder emigrar a Israel.
Israel negociou com o regime comunista da Etiópia para poder transferir os Beta Israel que desejavam ir ao território de Israel. A essa operação deu-se o nome de Operação Moisés, intervenção que pelo colapso do regime comunista no poder complicou-se mais que o esperado e teve que ser expandida com a Operação Josué e a Operação Salomão.
A primeira parte da Operação começou em 1984, e espera-se que os últimos Beta Israel que vivem na Etiópia possam emigrar a Israel antes de 2008.
Durante séculos, a comunidade judaica mundial não tinha conhecimento dos judeus da Etiópia. O milagre da Operação Salomão só agora está sendo plenamente compreendido: uma antiga comunidade de judeus foi resgatada do exílio e da fome.
O primeiro contato moderno com a comunidade judaica etíope ocorreu em 1769, quando o explorador escocês James Bruce por acaso encontrou os “judeus negros” enquanto procurava a nascente do Rio Nilo. Suas estimativas na época colocavam a população dos Beta Israel (como ficou conhecida essa comunidade) em 100.000.
Pouco contato adicional foi feito com a comunidade durante séculos. Em 1947, a Etiópia se absteve do Plano de Divisão da ONU para o Controle Britânico da Palestina – que reestabeleceu o estado de Israel. Em 1955, a Agência Judaica de Israel, de cunho não-governamental, já havia começado a construção de escolas e um seminário de professores para os beta israelenses na Etiópia.
Em 1973, o coronel Mengistu Haile Mariam realiza um golpe de estado na Etiópia, implantando uma ditadura comunista que em muito ameaçava a comunidade dos Beta Israel. Durante as semanas seguintes ao golpe de estado de Mariam, aproximadamente 2.500 judeus foram mortos e 7.000 perderam suas casas. No início dos anos de 1980, a Etiópia proibiu a prática do Judaísmo e o ensino de hebraico. Vários membros da comunidade Beta Israel foram encarcerados, falsamente acusados de “espiões sionistas”, enquanto líderes religiosos judeus passaram a ser monitorados pelo governo.
O governo começou a tratar os judeus de forma menos rígida durante a metade da década de 1980, quando a fome assolou o país, afetando seriamente sua economia. A Etiópia então foi forçada a pedir ajuda a nações ocidentais, incluindo EUA e Israel, que pediam a redução da pressão sobre os beta israelenses.
Em novembro de 1984, começa a Operação Moisés que, dois meses depois, resgata 8.000 judeus da Etiópia e os leva para Israel. Em 1985, os EUA planejam uma missão de resgate para dar prosseguimento à Operação Moisés: foi a Operação Joshua, que levou mais 800 beta israelenses para Israel.
No início de 1991, rebeldes tiram o coronel Mariam do poder. O governo Likud de Yitzhak Shamir autorizou que a companhia aérea israelense El Al voasse no Sabbath judeu. Na sexta-feira, 24 de maio, e seguidamente por 36 horas, um total de 34 aeronaves da El Al começaram um novo capítulo na luta pela liberdade da comunidade judaica da Etiópia, levando sua população para Israel – foi a chamada Operação Salomão.
Um total de 14.324 judeus etíopes foram resgatados e alocados em Israel, um êxodo moderno em grande escala. A Operação Salomão resgatou o dobro de judeus das Operações Moisés e Joshua em uma mera fração de tempo. Embora seja cedo para prever seu impacto na sociedade israelense, os 36.000 beta israelenses vivendo em Israel certamente terão um papel importante na construção de futuras gerações do país.
Fonte: Jewish Virtual LibrarY.
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