Número de
ricos cresce mais no Brasil do que no mundo
29/06/2007
— rizzolot
O número de milionários no Brasil
cresceu 10,1% no ano passado em relação a 2005, para 120 mil pessoas, uma
expansão mais acelerada que a da média mundial, que foi de 8,3%, e próxima da
registrada na América Latina, de 10,2%. Nesse mesmo período, o PIB (Produto
Interno Bruto) brasileiro avançou 3,7%.
De acordo com estudo da Merrill
Lynch e da Capgemini, a alta no preço de commodities como soja e petróleo e a
valorização do real em relação ao dólar influenciaram o crescimento no país do
total de pessoas com ativos financeiros de pelo menos US$ 1 milhão. Além disso,
a alta no consumo privado e nos investimentos e a queda na inflação colaboraram
para a expansão.
Na comparação com os demais Brics
(grupo dos grandes emergentes que tem também Rússia, Índia e China), o Brasil
só avançou em número de milionários mais do que os chineses. Na China, o total
de milionários cresceu 7,8%, na Rússia, 15,5%, e na Índia, 20,5%. A maior alta
foi em Cingapura, onde o número cresceu 21,2%.
Mas a China continua a ser, entre
os Brics, o país que tem mais pessoas com pelo menos US$ 1 milhão: 345 mil. O
Brasil é o segundo, seguido por Rússia, com 119 mil pessoas, e Índia, 100 mil.
Os EUA são o país com mais milionários, 2,920 milhões – o total cresceu 9,4% no
ano passado.
Desigualdade
O Brasil é o 10º país com maior
desigualdade da renda no mundo entre 126 nações, segundo estudo do Pnud
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) do final do ano passado,
ficando a frente de países como Bolívia, Serra Leoa e Lesoto.
No ano passado, a soma da riqueza
dos milionários cresceu em seu ritmo mais rápido em sete anos, 11,4%, atingindo
US$ 37,2 trilhões. Só na América Latina, região onde houve o maior avanço, ela
se expandiu em 23,2% em 2006.
Assim, os 9,5 milhões de pessoas
que têm pelo menos US$ 1 milhão controlaram mais da metade do PIB mundial de
2006, que foi de US$ 66,229 trilhões em paridade de poder de compra, segundo o
FMI.
Eles possuem mais de 30 vezes o
PIB brasileiro, que foi de US$ 1,068 trilhão, e quase três vezes o dos EUA, o
maior do mundo, de US$ 13,245 trilhões. O patrimônio per capita dos milionários
foi de US$ 3,916 milhões.
O estudo também mostrou que o
total de “ultramilionários”, aqueles que têm mais de US$ 30 milhões, cresceram
11,3%, para 94.970 pessoas. Juntas, elas possuem uma fortuna de US$ 13,1
trilhões.
Fonte: Folha de S.Paulo
Site do PCdo B
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Rizzolo: Não podemos ostentar a vergonha
do Brasil ser o 10º país com maior desigualdade da renda no mundo entre 126
nações, segundo estudo do Pnud (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento) do final do ano passado, ficando a frente de países como
Bolívia, Serra Leoa e Lesoto. Fico imaginando o que o trabalhador que pouco tem
para o sustento de sua família, que assiste a violência e a miséria na
perifieria, que não tem saúde pública, pensa quando recebe essa notícia que é
alardada pela mídia como um grande feito, o pior não é o fato dos que
enriqueceram , mas a ausência de um Estado que assista aqueles que permanecem
na miséria