CLASSE
|
MÉDIA PESSOA
|
RENDA FAMILIAR
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PESSOAS
|
% POPUL.
|
NÚMEROS
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SOCIAL
|
A
|
20.000,00
|
210.000,00
|
ELITE
|
1 %
|
2.000.000
|
MILIONÁRIO
|
B
|
15.000,00
|
100.000,00
|
SUB/ELITE
|
2 %
|
4.000.000
|
RICO/ALTO
|
C
|
10.000,00
|
70.000,00
|
ALTO/ESC.
|
2 %
|
4.000.000
|
RICO
|
D
|
7.000,00
|
50.000,00
|
MÉDIO
|
10 %
|
20.000.000
|
MÉDIO/ALTO
|
E
|
5.000,00
|
35.000,00
|
MÉD/MED.
|
10 %
|
20.000.000
|
MEDIO
|
F
|
3.000,00
|
20.000,00
|
MED/BAIX.
|
15 %
|
30.000.000
|
MÉDIO/BAIXO
|
G
|
2.000,00
|
10.000,00
|
TRAB.QUAL.
|
20 %
|
40.000.000
|
POBRE/MED.
|
H
|
1.500,00
|
6.000,00
|
TRAB. MÉD.
|
20 %
|
40.000.000
|
POBRE/LUTA
|
I
|
1.000,00
|
4.000,00
|
TRAB.BRAC
|
15 %
|
30.000.000
|
DIFICULD.
|
J
|
500,00
|
2.000,00
|
APOSENT.
|
5 %
|
10.000.000
|
EXTREMO
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Classe social
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Milhões de
brasileiros migraram para as classes A, B e C. De acordo com o Ministério da
Fazenda, até o ano da Copa do Mundo, em 2014, o Brasil terá 56% de sua
população inserida na classe C. Isso demonstra um avanço econômico em nosso
país, principalmente, no desenvolvimento social. A sociedade é divida em
setores que, do ponto de vista econômico, são separados segundo a renda
recebida. Essas camadas são chamadas de classes sociais.
Há um conceito no dicionário de Sociologia, muito complexo, que fala – na verdade tenta traduzir – a respeito da definição dessa expressão. “Um agrupamento legalmente aberto, solidário, antagônico, multivinculado ao ocupacional e econômico...”. Essa expressão é bastante estudada, uma vez que é ouvida repetidamente no meio sociológico; mas, que não se chega a um consenso e, assim, torna-se bastante relativo. Complicado, não? Embora sociológica, “classe social” é uma expressão forte na economia. O primeiro parágrafo começa com a notícia de que mais da metade da população brasileira migrará para a classe C. Nesse caso, classe social está aplicada a um conceito econômico, em que se subdivide a sociedade de acordo com a renda. Os parlamentares, juízes, fazendeiros, banqueiros, industriais e empresários pertencerão à classe A, uma vez que possuem grande poder aquisitivo. É a forma que o liberalismo divide as classes da sociedade. Ainda no conceito sociológico, a classe social é aplicada também ao ocupacional. Os seres humanos podem ser divididos em classes também. Algumas expressões são comuns, como a “classe trabalhadora”, que Karl Marx chama de proletariado – as pessoas que vivem da venda de sua força de trabalho. Cada indivíduo tem sua função e são separados: o grupo de atletas, os artistas, pedreiros, professores, desempregados e etc. Também depende de seu status social, que é outra forma de classificação. É fácil se enrolar com os conceitos, pois estratificação social é bem parecido com a classe social. Na estratificação, há a diferenciação dos indivíduos em classes e posições, a qual são chamadas de status social, estratos ou camadas. O fato é que todos esses elementos estão baseados nas desigualdades econômicas, da existência de uma classe dominante e outra dominada. Para clarear a mente desses conceitos complexos, basta pensar na sociedade dividida em ricos, classe média e pobres.
Desigualdade social
A desigualdade social é um produto da má distribuição de renda e, de acordo com Marx, é um dos problemas do capitalismo. O sistema político-econômico é baseado no lucro e fundamentado na ideia de liberdade econômica, aderindo concorrências de mercado e permitindo ao consumidor várias opções. No entanto, o capitalismo gera a divisão em duas classes: o burguês, dono das empresas e indústrias e os proletários, os geradores de riqueza para o primeiro grupo. A desigualdade social se aplica em vários conceitos, que não só o econômico. Ela separa a sociedade em classes e faz com que a raça seja uma classe, a posição social e as demais áreas que podem aparecer. A divisão de classes é um gerador de desigualdade e pode salientar o preconceito. E esse é um motivo que pode levar a violência e criminalidade desenfreadas. Observe: dificilmente os moradores de bairros pobres serão tratados bem nos lugares. Não é regra o tratamento, mas existe. Isso é um produto da divisão. O Índice de Gini serve para medir a desigualdade social . Esse índice vai de zero até um na tabela. O zero corresponde à ausência de desigualdade e o um significa a completa má distribuição de renda. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as classes sociais são classificadas consoante as faixas salariais e são representadas pelas letras: A, B, C, D e E. O instituto contabiliza as classes de acordo com o número de salários mínimos que entram na renda, por exemplo:
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Essa história toda me remete a uma entrevista com o sociólogo Jessé Souza
que li no Globo há pouco menos de duas semanas. Alguns trechos:
Quais são as classes sociais do Brasil?
Basicamente, quatro. A alta, que tem capital econômico. Tem a classe média, que não é tão privilegiada quanto a alta, mas se apropria de um capital cultural valorizado, saber científico, pós-graduação, línguas estrangeiras, um conhecimento que tem valor econômico. Essas duas são as classes do privilégio. Para a classe alta, o mais importante é o capital econômico, embora o capital cultural tenha uma função. E, para a classe média, o que prevalece é o capital cultural, embora algum capital econômico também seja necessário.
Basicamente, quatro. A alta, que tem capital econômico. Tem a classe média, que não é tão privilegiada quanto a alta, mas se apropria de um capital cultural valorizado, saber científico, pós-graduação, línguas estrangeiras, um conhecimento que tem valor econômico. Essas duas são as classes do privilégio. Para a classe alta, o mais importante é o capital econômico, embora o capital cultural tenha uma função. E, para a classe média, o que prevalece é o capital cultural, embora algum capital econômico também seja necessário.
Quais são as classes “sem privilégios”?
As classes populares não têm acesso privilegiado a capital econômico, nem cultural nem social, não vão ter acesso a pessoas importantes. Têm que trabalhar desde cedo, são batalhadores. É essa a nova classe trabalhadora precarizada (chamada pelos economistas de “nova classe média”). Ela foi incluída porque tem um lugar no mercado, tem renda, planos e consumo de longo prazo, mas isso não a torna classe média. A outra classe “sem privilégios” são os muito pobres, que não têm nem precondição para aprender, a quem chamamos de maneira provocativa de ralé. Para as classes média e alta, é bom que exista a ralé, porque assim podem desfrutar de serviços que a classe média europeia e americana já não têm, como alguém para fazer a comida, cuidar dos filhos. É a luta de classes invisível, tipicamente brasileira.
As classes populares não têm acesso privilegiado a capital econômico, nem cultural nem social, não vão ter acesso a pessoas importantes. Têm que trabalhar desde cedo, são batalhadores. É essa a nova classe trabalhadora precarizada (chamada pelos economistas de “nova classe média”). Ela foi incluída porque tem um lugar no mercado, tem renda, planos e consumo de longo prazo, mas isso não a torna classe média. A outra classe “sem privilégios” são os muito pobres, que não têm nem precondição para aprender, a quem chamamos de maneira provocativa de ralé. Para as classes média e alta, é bom que exista a ralé, porque assim podem desfrutar de serviços que a classe média europeia e americana já não têm, como alguém para fazer a comida, cuidar dos filhos. É a luta de classes invisível, tipicamente brasileira.
Luta de classes?
As classes do privilégio economizam um tempo importante para estudo ou para um trabalho mais rentável, enquanto a ralé limpa sua casa, faz sua comida. Luta de classe é uma classe roubar tempo de outra. Quando a empregada deixa o almoço do filho da patroa pronto para ele estudar inglês em vez de preparar sua própria comida, esse jovem ou criança está usando seu tempo para reproduzir seu capital cultural. E a empregada, usando seu tempo para repetir sua condição social.
As classes do privilégio economizam um tempo importante para estudo ou para um trabalho mais rentável, enquanto a ralé limpa sua casa, faz sua comida. Luta de classe é uma classe roubar tempo de outra. Quando a empregada deixa o almoço do filho da patroa pronto para ele estudar inglês em vez de preparar sua própria comida, esse jovem ou criança está usando seu tempo para reproduzir seu capital cultural. E a empregada, usando seu tempo para repetir sua condição social.
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